José Alfredo dos Santos Filho (Teólogo, Escritor, Jornalista)
Roma, século 2, dia 25 de dezembro. A população está em festa, em homenagem ao nascimento daquele que veio para trazer benevolência, sabedoria e solidariedade aos homens. Cultos religiosos celebram o ícone, nessa que é a data mais sagrada do ano. Enquanto isso, as famílias apreciam os presentes trocados dias antes, e se recuperam de uma longa bebedeira e comilança.
Mas não... Essa comemoração não é o Natal! Trata-se de uma homenagem à data de "nascimento" do deus persa Mitra, que representa a luz e, ao longo do século 2, tornou-se uma das divindades mais respeitadas entre os romanos. Qualquer semelhança com o feriado cristão, no entanto, não é mera coincidência.
A história do Natal começa, na verdade, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus. É tão antiga quanto a civilização, e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno (a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro). Dessa madrugada em diante, o Sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "renascimento" do Sol.
Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura (Gênesis 4:2), a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa. Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, que para os romanos chamava-se Baco, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos.
Na China, as homenagens eram (e ainda são) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam: o forrobodó era em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz, no 25 de dezembro era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno - pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21 de dezembro, dependendo do ano. Seja como for, esse culto é o que daria origem ao nosso Natal. Ele chegou à Europa lá pelo século 4 a.C., quando Alexandre, o Grande, conquistou o Oriente Médio. Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império.
Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício. Era a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. "O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus. Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes", dizem os historiadores Mary Beard e John North no livro Religions of Rome ("Religiões de Roma", sem tradução para o português). Os mais animados se entregavam a orgias - mas isso os romanos faziam o tempo todo.
Jesus nasce neste contexto histórico idolátrico, mas não como uma religião, ou um religioso. Ele é o contraditório de tudo o que vinham ensinando e praticando como culto: cerimoniais e liturgias. Ele curava aos sábados. Ele e seus discípulos comiam sem lavar as mãos. Sentava em banquetes com pecadores, comia e bebia vinho, perdoava e deixava ser tocado por prostitutas, leprosos e por mulher com fluxo de sangue (o que era terminantemente proibido por Moisés), assim como por quaisquer pessoas enfermas.
Foram mais ou menos uns 3 anos de presença marcante no cenário desenhado por atitudes hipócritas e adúlteras daqueles que se diziam servir a Deus e cumprir sua Lei. E isto acontecia em plena Palestina onde Jesus pregou, ensinou e foi acusado de blasfemo pelos próprios judeus, seus patrícios contemporâneos.
Após Jesus ter sido preso, torturado e morto, pregado em uma cruz, seguiu-se uma total decepção, falta de perspectivas para todos os judeus que esperavam ser Ele, Jesus, o Messias prometido. E foi pior para aqueles que o seguiam quando vivo, seus discípulos. Mas logo em seguida souberam que Jesus havia ressuscitado, boas novas estas espalhadas pelas mulheres, porque os homens, discípulos de Jesus, estavam amedrontados e escondidos. Depois Jesus foi visto por mais de 40 dias por mais de 120 pessoas, que também assistiram sua ascendência aos céus. Daí para frente os discípulos ficaram em Jerusalém em obediência ao que Ele mandou (Atos dos Apóstolos 1:1-5). O início da Igreja é maravilhoso, todos estavam unânimes em tudo, tinham amor e comunhão, mas quando Saulo se converte começa a fazer um evangelho próprio dele e segundo ele, aí a coisa desanda. O amor esfria, a corrupção grassa e invade o seio da Igreja, as disputas aumentam, assim como o comércio dentro da própria comunidade religiosa. Na tentativa de organizar a Igreja de Jesus, Saulo, agora chamado Paulo, inicia uma mistura da lei com a graça, de judaísmo com a verdadeira crença em Jesus, que de verdade liberta, e escraviza a todos sob o manto de “santidade” presumidamente externa, de aparências. As lutas internas são constantes, e isso o próprio Paulo explica quando tenta contornar a situação, sem êxito.
Mentira é mentira, e Verdade é Verdade. Assim como o “natal”, o “cristianismo” também é uma farsa, porque só começaram a chamar os discípulos de Jesus de “cristãos”, pela primeira vez, quando estes pregavam na cidade de Antioquia (Atos dos Apóstolos 11:26), e que não significava, como muitos teólogos os querem, “seguidores de Cristo”, mas sim “seguidores de cristo pequeno, insignificante”. E por que isto? Porque na cidade de Antioquia havia um sem número de “deuses”, assim como um sem número de seguidores devotados. Então, ser “cristão” é ser seguidor de um “cristo pequeno, insignificante” (João 8: 31,32).
Enquanto isso, bem à frente de todas essas nuances históricas sobre as festividades profanas e idolátricas que realizavam os povos religiosos, uma outra vertente religiosa nanica, surgia em Roma: o cristianismo. Este começou muito mal quando faz aliança com o imperador Constantino e passa a entregar aqueles que não se aliaram a este consenso profano, corrupto, enganoso. Daí vem o “catolicismo” e sua vertente mais influente e semelhante, “o protestantismo”.
Hoje, quem comemora o natal, assim como tantas outras festas judaicas, estão simplesmente dando continuidade a idolatria, porque todas estas festas nada têm de verdadeiras, e muito menos com relação ao Deus Criador e seu Filho Jesus, o Cristo.
Todos idólatras são avarentos, e todas as festas religiosas (sejam judaicas, católicas, protestantes, cristãs, pentecostais, etc.) são de origem profana, idolátrica e tem como princípio a avareza (Mateus 4:8,9 – 13:22 – 16:26 – 18:7 – Marcos 4:19 – Lucas 4:5-7 – 12:30,31 – 20:34-36 – 21:34 [Aos Romanos 13:13 – Gálatas 5:21 – 1Pedro 4:3] – João 3:19 – 8:12 – 12:25,46,47 – 14:17,27 – 15:18,19 – 16:33 – 17:6,9,11-16,18,21).
Em todos estes capítulos e versículos está o verdadeiro ensinamento de Jesus sobre o “mundo” e o que nele há. Se não somos do mundo, como Ele, Jesus, disse, então não podemos nos conformar com o mundo, nem com o que nele há. Permanecer na idolatria é permanecer nas trevas. Cultuar o natal é oferecer sacrifícios aos demônios, é obedecer a satanás e suas peripécias para enganar aqueles que necessitam de libertação para ser salvo.
Que Deus ilumine as mentes de todo aquele que deseja a salvação e a verdade, no nome de Jesus, o Cristo:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida Eterna (...) E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará... Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres (...) Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim...” (João 3:16 - 8:32,36 – 14:6).
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